Autarquia Educacional de Serra Talhada
Faculdade de Formação de Professores de Serra Talhada
Curso: História Período: II Ano: 2012.2
Disciplina: Português Instrumental II
Professora responsável: Josinalva da Silva Maciel
HERANÇAS LINGUÍSTICAS E ESTÉTICAS DO CANGAÇO.
Projeto de pesquisa
desenvolvido pelos alunos do II Período do Curso de História 2012.2 da
AESET/FAFOPST como Projeto da Disciplina Português Instrumental II sob a
orientação da Professora Josinalva da Silva Maciel.
1.
INTRODUÇÃO
A lógica do
Cangaço, mais especificamente na Linguagem e Estética, foi sendo construída
paulatinamente perpassando por diversas transformações. De 1917 a 1938 o “Rei
do cangaço” como era conhecido Virgolino Ferreira – O Lampião oriundo de Vila
bela, atual Serra Talhada, liderou um grupo de revoltosos denominados
“Guerreiros do sol” no Sertão Nordestino (Ceará, Rio grande do Norte, Paraíba,
Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia) por seus feitos juntamente com o bando,
passou a ser notícia constante entre os jornais e revistas da época. Mais
de setenta anos após, ainda é forte sua representação no imaginário do povo brasileiro.
Comparado a heróis internacionais como o Samurai japonês e o Cavaleiro medieval
Europeu, ele chegou a ser notícia até no “New York Times”.
Essa construção identitária e sua
expansão representam este personagem como ícone e símbolo da identidade
nordestina, abriu portas largas para a difusão desta tão singular cultura que
carrega um modo próprio de falar, vestir e agir. ALBURQUEQUE (2001, p. 00) diz
que “[...] A ênfase na mente dos tradicionalistas nasce dessa vontade de
prolongar o passado para o presente e, quem sabe, fazer dele também o futuro.”
Ter Lampião passado de bandido para
justiceiro e herói/mito nacional pela marca midiática, fez com que a cultura
tipicamente nordestina perpassasse todos os cantos do país fundido-se e
permanecendo viva no dia a dia do povo brasileiro e sobretudo nordestino
inspirando a música, o artesanato, as artes plásticas, a literatura, a
culinária, o cinema, o teatro e a moda.
2.PROBLEMA
A Linguagem e a Estética do cangaço
foram fatos e relevantes para imortalizar cangaço como Historia oficial do
Brasil estando estes fatores ainda presentes na atualidade?
3.HIPÓTESE
A identidade cultural de um povo é
formada por meio da sua linguagem e costumes regionais. O Nordeste do país por
sofrer com os castigos da seca ganhou uma característica de povo feliz com o
seu destino, resistente e fervoroso. Meio ao cenário social de injustiças ditatoriais
surge o Cangaço que com linguagem e estilo próprio vai se fundindo aos costumes
locais e sendo difundido posteriormente por todo o país pela linguagem (música)
e estilo (trajes) de Luíz Gonzaga e outros artistas nordestinos, pelos
romancistas Franklin Távora (O cabeleira) na tentativa de criar um herói
tipicamente nacionalista e Graciliano Ramos (crônicas), na propaganda pela
mídia e por tantos historiadores sobre a História do Nordeste na História do
Brasil.
- OBJETIVOS
4.1.
Objetivo Geral:
Identificar na Linguagem regional da trilha do
cangaço (São José do Belmonte, serra talhada, Santa Cruz da Baixa Verde, Triunfo,
Paulo Afonso) os vocábulos, expressões frasais, costumes e adereços utilizados
atualmente no cotidiano das pessoas que são oriundos da linguagem e estética do
cangaço.
4.2 Objetivos Específicos:
- Fazer
um paralelo entre os vocábulos, a estética dos trajes e costumes e crenças
da época do cangaço com a atualidade.
- Elaborar
um “Artigo Científico” mediante as pesquisas, o estudo e as conclusões do
projeto em curso.
- Divulgar
os resultados da pesquisa, enviando o artigo para revistas de circulação
Estadual e Nacional.
- Subsidiar
os alunos do Curso de História, disponibilizando os materiais coletados
para a continuidade do estudo.
- Fazer
intercâmbio do Projeto com instituições que tenham projetos com a mesma temática,
realizando um trabalho de extensão.
- Doar
cópia da pesquisa, Banner, camiseta, slides e demais materiais para o
museu do cangaço e a Fundação Cabras de Lampião da cidade de Serra Talhada.
- JUSTIFICATIVA
É notório que o Levante do Cangaço
no Sertão Nordestino é conhecido em escala mundial, apesar dos esforços
oficiais de apagá-lo da memória do povo brasileiro. Tal façanha dá-se pelo fato
do cangaço ter desenvolvido um estilo próprio na suntuosidade da vestimenta e
adereços (uma forma de adaptação ao meio e ao cenário), modos (faziam
estardalhaço visual e verbal), crenças baseadas no misticismo e, sobretudo na
sua linguagem que até os dias atuais se instala na fala e sucessivamente na
cultura da Região. Segundo pesquisadores assíduos na área FERNANDES e ARAÚJO,
2006 e MELLO, 2010; os cangaceiros foram
donos de uma riqueza vocabular própria que sua imponência tornado o um mito
primordial brasileiro.
Muitos dos termos utilizador eram
conhecidos pelos sertanejos que formavam um jargão próprio da Região.
Com o fim do movimento, parte dos
termos passou a serem usados de maneira corriqueira no Sertão. Tais termos
sofreram reajustes com o passar do tempo. Alguns desapareceram do uso corrente,
outros sofreram alterações e muitos ainda fazem parte do vocábulo do sertanejo.
O Cangaço com sua capacidade de
insistência e enfrentamento aos coronéis ainda perdura na sua linguagem que
também mostra tal afronta em permanecer viva dentro da língua oficial do país.
Identificar esses vocábulos na fala
cotidiana das pessoas da região do ciclo do cangaço e regiões adjacentes torna-se de suma relevância para conhecer a
origem evolução dos termos linguisticos tão próprios da fala Sertaneja do Nordeste.
- FUNDAMENTAÇÃO
TEÓRICA (Bibliografia Básica)
A Cultura de uma sociedade é
representada pelos aspectos existentes entre a relação do indivíduo com o seu
meio social. Virgulino Ferreira, vulgo Lampião, assim como a maioria dos
sertanejos, tinha a família, a fé e o respeito em primeiro plano. Virou
cangaceiro como símbolo de revolta diante das injustiças sofridas pelo sistema
ditatorial do “coronelismo” na sociedade da época. Sua passagem marcante no
Nordeste dá-se principalmente pelo estilo e fala adotado pelos Cangaceiros.
Dentre os tantos estudiosos do
Levante do Cangaço no Nordeste e sua influência na Região, destacam-se: Dr.
Antônio Amaury Corrêa de Araújo, Frederico Pernambucano de Melo, Anildomá
Willans de Souza e João de Souza Lima.
- METODOLOGIA
- Pesquisa
em diversas obras (livros, revistas, recortes de jornal, filmes, vídeos,
folhetos de cordel e etc.) matérias referentes ao cangaço, tendo
destacando nestas a linguagem do cangaço.
- Montagem
do projeto.
- Criação
do ícone, da camiseta e da bolsa alusivos ao tema do Projeto.
- Apresentação
do Projeto.
- Entrevista
pessoas idosas que tiveram contato com o cangaço observando através dos
causos a linguagem utilizada pelo entrevistado.
- Entrevista
historiadores e escritores da saga do cangaço visando as expressões linguisticas
utilizadas no cangaço.
- Observação
em feiras e mercados públicos a vestimenta e linguagem das pessoas fazendo
um paralelo entre a linguagem do cangaço e a linguagem atual.
- Visita
a museus alusivos ao cangaço para um paralelo ao estilo atual pesquisar o
estilo do cangaço e fazer excursões a lugares em que foram cenários do
cangaço e observar na linguagem local vestígios da linguagem do cangaço.
- Observação
na musica popular nordestina, aspectos linguisticos imortalizaram sua estética.
- Organização
de rodas de conversas e socialização das descobertas.
- Extensão
do Projeto com o projeto do Ensino Fundamental II da Escola Cônego Torres prof.ª
Maria Fátima da Silva Oliveira.
- Elaboração
do Artigo Científico.
- Culminância
do Projeto.
- Envio
do projeto e Artigo científico para a FUNDARPE/FUNCULTURA para fazer parte
do acervo cultural do Estado.
- CRONOGRAMA
A previsão de tempo investido na realização da pesquisa
será de um (01) mês para a Fundamentação Teórica e montagem do Projeto, dois (02)
meses para a vivência do Projeto , um (01) mês para a elaboração do Artigo Científico
e culminância do Projeto e um (01) mês para os encaminhamentos do Projeto.
- RESULTADOS
ESPERADOS
- Projeto
“Heranças Linguisticas e Estéticas do Cangaço”.
- Artigo
Cientifico: “Heranças Linguisticas e Estéticas do Cangaço”.
- Enviar
o projeto e o Artigo para o SBPC, a Revista Língua Portuguesa, Revista Movimento
e para a FUNDARPE/FUNCULTURA.
- Doação
de Banners para o Museu do Cangaço da cidade de Serra Talhada e para o departamento
de Letras e para a Biblioteca da AESET/FAFOPST.
- Publicação
do Projeto, Artigo e Slides na internet como fonte de pesquisa para estudiosos
futuros da mesma temática.
- REFERÊNCIAS
ARAÚJO, Antônio Amaury Corrêa de. Gente de Lampião: Dadá e Corisco. São Paulo –SP: Ed. Traço 1987.
________ Gente
de Lampião: Sila e Zé Sereno. São Paulo: Traço 1987.
BEYRUTH, Danilo. O Cangaço de Areia. Revista Língua Portuguesa: Editora Segmento -
Ano 05 Nº 62
CARVALHO, Elias A. de. Dadá e a morte de Corisco (Folheto de cordel)- ABLC.
CELLUS, Humberto. Lamp...Lamp...Lampião (Folheto de Cordel) – Sertagráfica, Serra Talhada.
DINIZ,Carem. Narradores
Nordestinos- Editora leia sempre,Brasil, Nov. 2010
LIMA, João de Souza. A trajetória guerreira de Maria Bonita: A rainha do Cangaço- Editora Fonte viva, 1ª Ed. Paulo Afonso BA: 2005,
112p.
LOPES, Diana Rodrigues. Os passos de Virgolino em Triunfo (Folheto de Cordel)- Mossoró, RN, 2007.
PERNAMBUCO. Secretaria de Turismo. Folder. Mapa das Regiões turísticas de Pernambuco: Cangaço e Lampião. Recife: 2012
MELLO, Frederico Pernambucano de. A Estética que salvou o Cangaço. Revista
Língua Portuguesa- Ano 05 Nº 63, jan.2011
SÁ, Edmilson José de. A linguagem do Rei Luíz. Revista Língua Portugesa: Editora Escala
Educacional. Nº 37.
Revista Movimento- Ano II- Nº 20, 2012 pp. 28 e 29- Emoção toma conta de Espetáculo em Serra
Talhada.
SILVA, Gonçalo Ferreira. Lampião o Capitão do Cangaço (Folheto de cordel). Mossoró: RN, Maio
2007.
SOARES, Mariana Cysneiros Cavalcanti. Lampião: A marca que vende o Nordeste. Recife:
Ed. Do Autor, 2007. 102 p.
SOUZA, Anildomá willans de. Lampião: O comandante das catingas. Serra
Talhada:1ª Edi-ção. Esdras Graphic, 2001. 159 p.
________Nas
pegadas de Lampião. Serra Talhada: 1ª Edição. Esdras Graphic, 2004. 138 p.
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